Camila Crivelenti é artista multimídia, vive e trabalha em São Paulo. Formada em Design de Produto e Direção de Arte, sempre transitou entre produções manuais e digitais.
Sua pesquisa artística é alinhada com suas indagações espirituais e no desenvolvimento de uma simbologia própria para acessar o inconsciente além da linha do tempo e da existência. Seus projetos já fizeram parte de exposições em São Paulo, Rio de Janeiro, Nova Iorque, Miami, Los Angeles, Madri e Turim.
Com a proposta de conectar arquétipos psicológicos, autoconhecimento e espiritualidade, suas obras exploram diversas técnicas e materiais, caminhando entre os conceitos de amuletos, oráculos e ancestralidade a fim de captar a sabedoria contida na essência da Vida.
Minha pesquisa artística é voltada para observação das energias sutis dos materiais que utilizo nos projetos e no uso do símbolo como linguagem para essa experimentação. Minhas obras são extensões do meu inconsciente, laboratórios para um caminho iniciático, chaves para o autoconhecimento e amuletos que resgatam em mim a força de existir.
Passo isso para frente em forma de textos, pinturas, instalações, esculturas, vídeos, objetos e o que mais for preciso para convidar o observador a interagir com outros universos possíveis a sua volta e, com isso, observar também a si mesmo.
A arte sempre foi para mim um meio de comunicação entre universos, a pesquisa sempre foi um método de me aproximar deles e passar para os outros o que descubro é a motivação que me faz ir além do que consigo compreender.
Os totens são obras feitas para certas funções, como nos conceitos de amuletos, objetos consagrados, objetos ritualísticos, talismãs, etc.
Assim como toda a produção artística, os totens partem da intuição da artista que retrata aspectos energéticos de cada material utilizado e com a intenção voltada para funções específicas como por exemplo: trazer proteção, manter a harmonia, resgatar memórias.
A exposição Hierofania trata-se da manifestação do sagrado no mundo concreto através de símbolos. O sagrado como função de dar sentido às coisas profanas, os símbolos como elo que ligam os dois mundos.
O termo hierofania foi cunhado por Mircea Eliade no livro Traité d’histoire des religions (1949) (do grego hieros (ἱερός) = sagrado e faneia (φαίνειν) = manifesto) e pode ser definido como o ato de manifestação do sagrado. A palavra foi escolhida como título da exposição porque ela traz objetos e simbologias que nos remetem a alguma memória ou a algum valor que nos religa à nossa essência.